segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A escola

Laura está frequentando a escola desde outubro do ano passado. No início, morríamos de dó, pensávamos que ela se sentiria novamente abrigada ao se ver cercada de crianças sem as mães. O período de adaptação foi de uma semana, na qual ela aumentaria uma hora de permanência na escola até completar o período todo no último dia. Depois disso, a psicopedagoga faria um relatório sobre como foi o processo, como a Laura reagiu, quanto tempo levou para se adaptar com os colegas, com as atividades propostas, etc.

Ok, isso foi a teoria. A prática foi mais ou menos assim:

1º dia: Laura chegou curiosa e queria entrar na salinha dela, mas estava tímida. Fiquei preenchendo uns formulários enquanto a Cah foi levada por ela até lá. Quando chegou, a Cah conversou rapidinho (já havíamos passado mais de um mês preparando-a para esse dia) e a prof fechou a porta. Foi contar até 3 para ouvir o berreiro. Na volta, ganhou um sorvete gigante para aplacar nosso sentimento de culpa rs

2º dia: chegamos e ela ficou meio chorosa, não quis ir até a sala. Para que se adaptasse ao ritmo da escola, não a levamos até a porta novamente, deixamos isso a cargo da Tia, mas ouvimos a choradeira assim que viramos as costas. Na volta, fui até a sala espiar e a vi sentadinha entre os colegas toda animada. Ela demorou para me ouvir, mas quando ouviu, veio com carinha de choro correndo para o meu colo. Já nesse dia, depois de longa reunião com a psicopedagoga (o motivo disso eu conto no próximo post), ouvimos de todos que ela estava se adaptando melhor do que a encomenda, que o chorinho não passou de alguns minutos e que ela mostrava interesse em participar de tudo o que era proposto. Saímos infladas de orgulho.

3º dia: nem chorou, nem sofreu. Laura ficou o dia todo e ainda saiu de lá com um desenho que ela mesma pintou. Na volta para casa não parou de falar toda empolgada, e das tias só ouvimos elogios.

4º dia: ela já sabia o caminho e quando chegou, foi direto para o corredor toda solta. A prof informou que já poderíamos deixá-la o turno inteiro se assim preferíssemos, pois ela já estava curtindo todas as atividades e não chorava mais.

5º dia: pouco antes de sairmos de casa senti que ela parecia um pouco quente. Resolvemos medir a temperatura e quase caímos dura: estava com 38º de febre! Era a primeira vez que ficava doente. Ficamos tão nervosas que corri para a farmácia para comprar um remédio que já tínhamos em casa. Quando voltei, medimos novamente e estava em 39º, ela estava queimando, toda molenga, não reagia a nada.

Era sexta-feira, passamos a noite inteira de vigília com paninhos úmidos na testa. A febre baixava com o efeito do remédio, mas tornava a subir horas depois. Foi assim por dois dias, mas no dia seguinte ela já estava animada querendo brincar.

Laura tem uma disposição imensa com tudo o que a vida oferece, mas o medo é real e se apresenta nas mais diferentes formas toda vez que ela enfrenta algo novo.

Nossa pequena quer sair do casulo, mas o tempo parece exigir muito mais do que ela está preparada a dar no momento. Ao mesmo tempo, para romper com o mundo velho, temos que encarar os desafios hora ou outra não é? E como sabemos que isso dói, nos sentimos minúsculas. Afinal, só o que podemos fazer é estar lá depois para dar um beijinho e fazer os curativos.

Enfim, a febre passou e a nova vida começou mais uma vez. Agora Laura tem loucura pela escola, fica até difícil segurá-la nos finais de semana e feriados, pois se pudesse ela iria todos os dias.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

De volta!

Depois de meses longe daqui comecei a sentir saudade. Cheguei a pensar em dar cabo desse blog, uma vez que o pote de ouro já foi encontrado... Ficou meio sem sentido continuar.

Mas essa fase passou.

Como também passou a fase da adaptação aqui em casa. Agora aceito que sou mãe e gosto muito disso! Já virei clichezona, falo da Laura o tempo todo para qualquer pessoa. Se alguém der oi no elevador, já largo "Ah você nem imagina como é o oi da minha filha! É o oi mais lindo que já vi, quer ver? (fotos e mais fotos)".

Parte da minha crise com o blog teve a ver com a exposição. Chega uma hora que a proposta do blog confunde um pouco. Afinal, estamos aqui para quê? Será que a Laura vai gostar de saber de tudo isso quando crescer? Será que está certo expor tudo o que ela diz e faz na rede? Bem, nada precisa ser tão 8 nem tão 80. Vamos continuar contando nossa trajetória sim, fizemos grandes e verdadeiros amigos através da blogosfera e, assim como gosto de encontrar apoio, diversão, conhecimento ou papo furado na rede, também posso proporcionar!

Não vou mais ser linear na história toda. Ao todo, Laura vive conosco há 7 meses. Mas a sensação é de que nasceu aqui, da nossa barriga (isso explicaria os quilinhos a mais). Laura agora vai à escola, tem amiguinhos e amiguinhas, faz capoeira, canta, dança, aprendeu a pular, tirou as fraldas, fala O DIA INTEIRO e é muito, mas muuuuuuuito amorosa.

Dia desses estava com ela no quarto, quando cheguei bem pertinho e ela olhou fundo nos meus olhos por um segundo. Aí soltou um: "Oiiii Lala!!!" Minha filha descobriu que pode se ver nos meus olhos.

:) beijos aos meus amigos e amigas!