segunda-feira, 12 de março de 2012

Segundo encontro - Projeto Romã

O segundo encontro foi, de longe, muito mais interessante e útil que o primeiro. O palestrante da vez foi o advogado José Carlos Marinho, presidente e fundador do Projeto Romã. Ele levou a família toda - a esposa e as duas filhinhas adotivas.

Começaram contando a história das duas adoções. Apesar de eles não serem do tipo emocionais - contaram de forma bastante simples como tudo aconteceu - eu estava no topo da minha TPM, então era só ouvir a palavra ADOÇÃO e já enchia os olhos de lágrima rs Ridículo.

Depois dessa parte, o Marinho passou os olhos pela Lei da Adoção e falou sobre algumas questões interessantes:

- Embora ainda insistem em culpar os adotantes pela demora nos processos, a justiça é sim a grande culpada, uma vez que a família substituta (ou seja, nós, pretendentes à adoção) somos a exceção na lei. Antes de disponibilizar a criança para a adoção, a justiça tentará reintegrá-la à família biológica e extensa até a exaustão.  Em suma, se a criança tem uma prima distante que mora lá no Acre, ela tem preferência sobre você que deseja tanto ter uma família. Acho que não tem ninguém no mundo em sã consciência que concorda com essa lei né?

- A última ementa da lei definiu que esse processo de destituição do poder familiar não pode ultrapassar 2 anos. Quem aqui acredita que isso seja respeitado?

- Crianças abandonadas no hospital são encaminhadas para o fórum. Ou seja, as mães que não têm coragem de entregar seus filhos à adoção acabam atrasando ainda mais o processo, pois a destituição do poder familiar é dada rapidamente quando a gestante procura diretamente o fórum e entrega seu filho (mesmo que ainda na barriga).

- A adoção direta não é mais aceita, embora aconteça bastante. Um casal que adotou uma criança diretamente da mãe corre risco real de perder a guarda do bebê. O indicado sempre nessas horas é que o casal não tente legalizar a situação nos primeiros 5 anos, pois depois disso o juiz pode conceder a adoção ao constatar que já foi estabelecido um laço de afinidade e afetividade na família. Porém, alguns juízes consideram que essa é uma atitude de má-fé, uma vez que a lei já é de conhecimento de todos. Nesse caso, a criança é retirada do lar adotivo e aguardará o processo no abrigo.

- O Marinho não tem nenhum acesso facilitado ao fórum, mas tinha proximidade com a juíza anterior. Comentou que esteve com a nova juíza (aquela que cuida do nosso caso) e não sentiu nenhum coração pulsando ali: "não esperem sentimentalismo da justiça, essa juíza é uma aplicadora de leis apenas", avisou.

- O número de pessoas que se habilitam à adoção de crianças com até 3 anos chega a 60% em São José dos Pinhais. Do nosso perfil, até 4 anos, esse número baixa para menos de 20%. Isso sem contar as outras definições do perfil.

Bom, agora falta o encontro com a psicóloga no dia 24. Se alguém encontrar o tempo por aí, mande um recadinho: estamos com pressa, muita pressa!

12 comentários:

  1. Vi, acho que nosso perfil é bem parecido, a unica diferença é que queremos até dois...

    No grupo de apoio q eu fui sabado, eles falaram maravilhas dos processos de adoção dos estados do sul (principalmente Paraná e Santa Catarina).

    Disse que é tudo muuuito profissional e rápido...Disse tbemq os grupos de apois dai são excelentes!!!

    Ai amiga, tbem estou c tanta pressa...ja num sei mais o q fazer para me "acalmar"..e tbem to assim, penso em adoção e choroooooooooo

    Bjs, bjs, bjs....

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    1. Ih te entendo, acho que estamos com aquela sensibilidade maternal rss Esse assunto mexe demais comigo, virei uma manteiga hahaha

      Nós também estamos com perfil de até dois irmãos! Já até fico pesquisando ideias de móveis para quartos pequenos, aqueles que são bem fofos com beliches sabe?

      Olha, independente do que dizem por aí, veja o exemplo da Paula Abreu, que recebeu o filho dela apenas 15 dias depois de habilitada. Sei que na maioria das vezes a coisa toda demora bem mais, mas acho que temos razões para acreditar que pode ser diferente. Já pensou daqui a um tempo a gente se encontrar com um familião?? kkkkkkkk

      beijooo

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  2. É um absurdo essa lei que tenta entregar a criança para um parente a qualquer custo. Nossa, nunca vou me conformar!
    Meninas, tem uma coisa que eu não entendo... Então, quando uma pessoa adota um bebê recém nascido, na verdade ele ainda pode ser entregue à família biológica? Porque se esse processo de reintegrar a criança à família biológica demora tanto, como é possível adotar legalmente um bebê RN?

    Bjs

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    1. É possível quando a mãe biológica entrega seu filho para o juizado. Ela pode fazer isso ainda com ele na barriga, pois terá o acompanhamento da equipe técnica (psicólogos e assistentes sociais).

      Quando isso acontece, a investigação sobre o interesse da família em adotar o bebê segue muito mais rápido, pois já existe a declaração formal da mãe. Respondendo ao que você perguntou, é possível adotar recém-nascidos sim, o único problema é que demora bem mais :(

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  3. Ai Vi, num guento tenho q te contar uma coisa...ia por no blog amanhã...

    Eu conheci uma mulher no grupo de apoio que esperou 5 anos na fila por uma menina recen nascida..triste né, aff....mas a história terminou bem..ela adotou uma menina com 20 dias de vida!!! Legal né!!!

    Melhor que isso, foi como ela chegou até a criança...ela mandou uma copia do seu processo, para várias comarcas, inclusive as do interior do Nordeste..a filha dela veio de uma cidadezinha do interior da Bahia, e só chamaram ela pq tinham em mãos o processo dela, pq la num tinha nem internet para eles consultarem o CNA..

    Sendo assim, ja estou juntando selos...hahahahaha...Vou mandar meu processo para mil lugares...Acho q se agente juntar forças, podemos selecionar varias comarcas pela net né...Agente se divide e vamos varrendo os estados...hahahaha

    Fiquei esperançosa qto a arrumar um bebe recem nascido..ela mesmo falou, q se tivesse tido essa atitude antes, talvez não tivesse demorado tanto...

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    1. Bem lembrado Paty, quando o Marinho estava explicando a questão do Cadastro Nacional, ele comentou sobre isso, de algumas comarcas que não usam internet. Pensei a mesma coisa que você rssss

      Sobre os estados para os quais vcs se habilitam, vocês colocaram todos? Eu ia colocar, mas a assistente social havia comentado que temos que ser realistas, que quando surge uma criança em outro estado, temos que ter disponibilidade para ir, passar uns dias etc. Eu coloquei vários estados, mas não todos (estou pensando em mudar isso já kkkk)

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  4. eitaaaaaaaaaaaaaaa

    Nem tinha lido este post, tô ansiosa aqui tb.

    Conta mais?

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  5. Vivan que bacana ler todo o processo! Ainda não me animei em escrever minhas estapas, visto que desde outubro estamos esperando a primeira reunião. Desanimador...

    Fico feliz que as coisas estejam caminhando. Força aí, logo virá o rebento, ou rebentos...rs. Quando tiver coragem, escrevo sobre o processo de adoção aqui na minha região, São Paulo (Ipiranga).

    Abraço

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    1. Oie! Não desanime não, já percebemos por aqui que cada comarca tem seu tempo.

      Espero que crie coragem logo para publicar sua história!! Vamos trocar muitas figurinhas =) Super boa sorte pra vcs, o bb vem sim!

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  6. Meninas, eu coloquei somente os lugares para onde eu tenho real disponibilidade para ir. Eu sei que temos pressa, que queremos e queremos muito, demais que a espera não seja longa, mas precisamos ser RACIONAIS quanto às nossas possibilidades. A psicóloga da Vara de Infância daqui de Ctba me ajudou com isso, ela me orientou a ser bem racional com tudo, pois se surge uma criança lá no Acre e a gente não pode ir é bem pior do que esperar um pouco mais na fila e ter um processo que corre bem.

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  7. Estamos acompanhando tudo aki e nem precisa dizer que estamos torcendo muito por vcs. Logo sua familia será como sonham.

    Bjos

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  8. Acompanhei em outubro do ano passado o desejo de vocês de adotar e alguns tópicos sobre isso depois. Li também sobre a doação de óvulos e estou achando uma nova caminhada muito bonita, conduzida de uma maneira muito bacana por vocês duas. Eu acho que é isso, às vezes as coisas acontecem no tempo certo, quem sabe daqui a algum tempo vocês estão com dois filhotes, frutos de experiências tão diferentes e ao mesmo tempo tão bonitas? Por aqui, nós aguardamos ansiosíssimas o resultado do nosso beta. Espero que possamos povoar esse nosso mundo com um pouco mais de tolerância, solidariedade e respeito. Um beijo, Lota.

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