Ontem foi o tão aguardado dia da entrevista. Estávamos num estado de ansiedade tão grande que na última meia hora de espera já nos encontrávamos lá, sentadinhas de frente para a sala da equipe técnica tendo crises de riso. Nos arrumamos, passamos lápis no olho, batom, ajeitamos o cabelo, lemos e relemos tudo o que escrevemos em nossos questionários. Um nervosismo só!
Até que a assistente social nos chamou. Não conhecemos nenhuma psicóloga, e pelo que entendemos não terá outra entrevista. Foi só isso mesmo: eu, a Cah e ela. Não fiquei muito à vontade, mas talvez por minha própria tensão, afinal tudo correu muito bem.
Ela fez perguntas sobre nosso relacionamento, sobre quando nos casamos, como é a relação, o que gostamos de fazer nos dias de folga, como é o nosso trabalho, como sentimos uma na outra essa vontade de ser mãe, quando surgiu o desejo de adotar, etc. Senti que não caiu muito bem a história de continuarmos querendo engravidar, o que me surpreendeu. Afinal, estamos dispostas e sabemos que temos condições de ter mais de um filho, pq o desejo de engravidar da Cah poderia atrapalhar em algo?
Bem, quando acabaram as perguntas dela, começamos as nossas rs Não foi muito animador: ela disse que atualmente não tem nenhuma criança disponível para adoção em São José e que eles estão fazendo pouquíssimas adoções. Comentou que no ano passado finalizaram apenas cinco adoções e que estão ainda chamando famílias de 2007 e 2008 neste ano!!! Apavorante.
Ou seja, o tempo de espera vai ser mesmo LONGOOOO independente de termos um perfil mais aberto.
Outra coisa irritante: lembram que comentei no post anterior sobre o parecer da juíza sair só em julho?? Pois para nós ela falou que seria em agosto. Meses de espera por um "habilitadas". Ela disse que tem uma pilha de processos a serem analisados no Ministério Público e por isso tanta demora. Pra gente que até agora fez tudo tão rapidinho, ficar esperando a resposta vai ser angustiante.
Ai ai... Agora tenho que descobrir como vou fazer para preencher esse tempo que começa a se arrastar. Saímos da entrevista, que durou pouco mais de duas horas, e nos sentimos esgotadas. Eu estava cheia de trabalho, mas quando cheguei em casa só consegui desmaiar na cama, energia zero. Não sabemos ainda o que pensar disso tudo, nos achamos chatas, repetitivas, neuróticas, mas talvez tenha sido só impressão, afinal ela comentou que o parecer dela será favorável para nós, pois não encontrou nada "errado".
sexta-feira, 30 de março de 2012
domingo, 25 de março de 2012
Terceiro Encontro - Projeto Romã
É impressionante o que somos capazes de fazer por uma declaração de 100% de aproveitamento do curso. O terceiro encontro, que era o que eu mais aguardava já que o tema era deveras interessante, no fim foi frustrante e altamente tedioso.
A psicóloga que deu o curso sábado era simpática, pobrezinha. Realmente ela estava se esforçando para fazer aquilo tudo funcionar, só que acho que o esforço estava indo para o lado errado. Para começar, acho que ficamos praticamente uma hora naquele silêncio constrangedor cada vez que ela perguntava "o que vocês esperam? vamos pessoal participem, me contem sobre o que vocês pensam sobre isso e aquilo". Me senti na escola, quando a professora quer ouvir "o que os alunos acham" e NINGUÉM está disposto a falar.
Não satisfeita, ela seguiu encontro adentro nessa linha professoril. Aquilo foi causando uma irritação tão grande que foi preciso um esforço sobrenatural para me manter presa à cadeira. E assim se arrastou a manhã do dia 24. Passamos mais de uma hora falando sobre "contar ou não contar que o filho é adotivo", assunto que, da minha parte, é mais do que desnecessário. É antiquado e novelesco.
Também passamos um bom tempo divagando sobre o sentimento de adotar e sobre o que uma criança pode sentir ao chegar em um novo lar. Novidades zero. Em dado momento, já nos reuníamos em pequenos grupos de fofoca, todos ficaram desanimados com a fraquíssima exploração do assunto (não sou a única ranzinza ok? rs).
No final, preenchemos um questionário sobre o curso e recebemos o certificado de participação. Agora temos que levar o documento até o fórum para que eles o anexem ao processo.
Bem, como minha expectativa sobre o último encontro foi brutalmente assassinada, agora aguardo ansiosa pela entrevista na quinta-feira. Detalhe: pelo que percebi no sábado, nós ficamos para o final da fila da assistente social, visto que a maioria dos casais foi entrevistado na semana passada. Tentei sondar o pessoal e acabei ouvindo uma coisa que não gostei: parece que o "habilitados" será dado apenas lá pelo mês de julho.
Julho?? Humpf.
A psicóloga que deu o curso sábado era simpática, pobrezinha. Realmente ela estava se esforçando para fazer aquilo tudo funcionar, só que acho que o esforço estava indo para o lado errado. Para começar, acho que ficamos praticamente uma hora naquele silêncio constrangedor cada vez que ela perguntava "o que vocês esperam? vamos pessoal participem, me contem sobre o que vocês pensam sobre isso e aquilo". Me senti na escola, quando a professora quer ouvir "o que os alunos acham" e NINGUÉM está disposto a falar.
Não satisfeita, ela seguiu encontro adentro nessa linha professoril. Aquilo foi causando uma irritação tão grande que foi preciso um esforço sobrenatural para me manter presa à cadeira. E assim se arrastou a manhã do dia 24. Passamos mais de uma hora falando sobre "contar ou não contar que o filho é adotivo", assunto que, da minha parte, é mais do que desnecessário. É antiquado e novelesco.
Também passamos um bom tempo divagando sobre o sentimento de adotar e sobre o que uma criança pode sentir ao chegar em um novo lar. Novidades zero. Em dado momento, já nos reuníamos em pequenos grupos de fofoca, todos ficaram desanimados com a fraquíssima exploração do assunto (não sou a única ranzinza ok? rs).
No final, preenchemos um questionário sobre o curso e recebemos o certificado de participação. Agora temos que levar o documento até o fórum para que eles o anexem ao processo.
Bem, como minha expectativa sobre o último encontro foi brutalmente assassinada, agora aguardo ansiosa pela entrevista na quinta-feira. Detalhe: pelo que percebi no sábado, nós ficamos para o final da fila da assistente social, visto que a maioria dos casais foi entrevistado na semana passada. Tentei sondar o pessoal e acabei ouvindo uma coisa que não gostei: parece que o "habilitados" será dado apenas lá pelo mês de julho.
Julho?? Humpf.
quinta-feira, 22 de março de 2012
Nós e as filas
Se existe algo que pessoas ansiosas odeiam é fila. E nós tivemos a capacidade de entrar em duas!
Primeiro, a "fila" da adoção, na qual ainda nem chegamos. Agora, a fila de ovodoação.
Estivemos hoje na clínica Androlab para concluir os procedimentos de cadastro como ovodoadoras. A Camila teve que preencher um questionário básico e inserir uma foto sua de cara lavada, na qual estivessem claras as características da pele, cabelo e olhos. Essas informações são sigilosas e a receptora não terá conhecimento. O que a clínica faz com isso é um cruzamento de informações para encontrar doadoras compatíveis.
Aliás, tudo nesse processo é bastante sigiloso. Ao sermos contatadas para realizar o processo de ovodoação - e, consequentemente, nossa FIV - não teremos conhecimento sobre a receptora, nem ela sobre nós. Não poderemos saber se ela engravidou ou não, nem de onde ela é.
Algumas receptoras vêm de outros países, tamanha é a dificuldade de conseguir uma doadora. Assim, não temos qualquer estimativa de tempo de espera, não sabemos se vamos esperar um mês ou um ano. A única coisa animadora que ouvimos foi que o perfil da Cah é bastante comum, em termos gerais, o que aumenta um pouquinho as chances de conseguirmos uma receptora compatível mais rápido.
Bom, agora voltamos para a novela Adoção. Sábado é dia do último encontro. Voe tempo!!
Primeiro, a "fila" da adoção, na qual ainda nem chegamos. Agora, a fila de ovodoação.
Estivemos hoje na clínica Androlab para concluir os procedimentos de cadastro como ovodoadoras. A Camila teve que preencher um questionário básico e inserir uma foto sua de cara lavada, na qual estivessem claras as características da pele, cabelo e olhos. Essas informações são sigilosas e a receptora não terá conhecimento. O que a clínica faz com isso é um cruzamento de informações para encontrar doadoras compatíveis.
Aliás, tudo nesse processo é bastante sigiloso. Ao sermos contatadas para realizar o processo de ovodoação - e, consequentemente, nossa FIV - não teremos conhecimento sobre a receptora, nem ela sobre nós. Não poderemos saber se ela engravidou ou não, nem de onde ela é.
Algumas receptoras vêm de outros países, tamanha é a dificuldade de conseguir uma doadora. Assim, não temos qualquer estimativa de tempo de espera, não sabemos se vamos esperar um mês ou um ano. A única coisa animadora que ouvimos foi que o perfil da Cah é bastante comum, em termos gerais, o que aumenta um pouquinho as chances de conseguirmos uma receptora compatível mais rápido.
Bom, agora voltamos para a novela Adoção. Sábado é dia do último encontro. Voe tempo!!
segunda-feira, 19 de março de 2012
Empurrando com a barriga
Eu sempre tive o péssimo defeito de empurrar tudo com a barriga. Meu lema é "por que fazer hoje o que podemos fazer amanhã?". Não satisfeita, ainda reforço: "por que fazer amanhã se a gente pode dar uma enroladinha e concluir tudo depois de amanhã bem cedinho?".
Mas antes que alguém jogue pedras, aviso: não é nada fácil ser assim! Não é uma decisão, é algo como uma bactéria agarrada aos meus neurônios que vai se multiplicando na medida em que os anos passam, tornando cada vez mais difícil essa arte de concluir uma tarefa.
Pois o destino, se fosse uma pessoa, trabalharia no elenco de Zorra Total, tão imenso é seu senso de humor canastrão. Acontece que nossa entrevista com a assistente social da Vara da Infância, que estava marcada para o dia 28 de março, foi remarcada para 29. Enquanto isso, a consulta na Androlab sobre o cadastro de ovodoadora que estava marcada para amanhã, dia 20, foi remarcada para o dia 22.
Isso é um teste?
Mas antes que alguém jogue pedras, aviso: não é nada fácil ser assim! Não é uma decisão, é algo como uma bactéria agarrada aos meus neurônios que vai se multiplicando na medida em que os anos passam, tornando cada vez mais difícil essa arte de concluir uma tarefa.
Pois o destino, se fosse uma pessoa, trabalharia no elenco de Zorra Total, tão imenso é seu senso de humor canastrão. Acontece que nossa entrevista com a assistente social da Vara da Infância, que estava marcada para o dia 28 de março, foi remarcada para 29. Enquanto isso, a consulta na Androlab sobre o cadastro de ovodoadora que estava marcada para amanhã, dia 20, foi remarcada para o dia 22.
Isso é um teste?
segunda-feira, 12 de março de 2012
Segundo encontro - Projeto Romã
O segundo encontro foi, de longe, muito mais interessante e útil que o primeiro. O palestrante da vez foi o advogado José Carlos Marinho, presidente e fundador do Projeto Romã. Ele levou a família toda - a esposa e as duas filhinhas adotivas.
Começaram contando a história das duas adoções. Apesar de eles não serem do tipo emocionais - contaram de forma bastante simples como tudo aconteceu - eu estava no topo da minha TPM, então era só ouvir a palavra ADOÇÃO e já enchia os olhos de lágrima rs Ridículo.
Depois dessa parte, o Marinho passou os olhos pela Lei da Adoção e falou sobre algumas questões interessantes:
- Embora ainda insistem em culpar os adotantes pela demora nos processos, a justiça é sim a grande culpada, uma vez que a família substituta (ou seja, nós, pretendentes à adoção) somos a exceção na lei. Antes de disponibilizar a criança para a adoção, a justiça tentará reintegrá-la à família biológica e extensa até a exaustão. Em suma, se a criança tem uma prima distante que mora lá no Acre, ela tem preferência sobre você que deseja tanto ter uma família. Acho que não tem ninguém no mundo em sã consciência que concorda com essa lei né?
- A última ementa da lei definiu que esse processo de destituição do poder familiar não pode ultrapassar 2 anos. Quem aqui acredita que isso seja respeitado?
- Crianças abandonadas no hospital são encaminhadas para o fórum. Ou seja, as mães que não têm coragem de entregar seus filhos à adoção acabam atrasando ainda mais o processo, pois a destituição do poder familiar é dada rapidamente quando a gestante procura diretamente o fórum e entrega seu filho (mesmo que ainda na barriga).
- A adoção direta não é mais aceita, embora aconteça bastante. Um casal que adotou uma criança diretamente da mãe corre risco real de perder a guarda do bebê. O indicado sempre nessas horas é que o casal não tente legalizar a situação nos primeiros 5 anos, pois depois disso o juiz pode conceder a adoção ao constatar que já foi estabelecido um laço de afinidade e afetividade na família. Porém, alguns juízes consideram que essa é uma atitude de má-fé, uma vez que a lei já é de conhecimento de todos. Nesse caso, a criança é retirada do lar adotivo e aguardará o processo no abrigo.
- O Marinho não tem nenhum acesso facilitado ao fórum, mas tinha proximidade com a juíza anterior. Comentou que esteve com a nova juíza (aquela que cuida do nosso caso) e não sentiu nenhum coração pulsando ali: "não esperem sentimentalismo da justiça, essa juíza é uma aplicadora de leis apenas", avisou.
- O número de pessoas que se habilitam à adoção de crianças com até 3 anos chega a 60% em São José dos Pinhais. Do nosso perfil, até 4 anos, esse número baixa para menos de 20%. Isso sem contar as outras definições do perfil.
Bom, agora falta o encontro com a psicóloga no dia 24. Se alguém encontrar o tempo por aí, mande um recadinho: estamos com pressa, muita pressa!
Começaram contando a história das duas adoções. Apesar de eles não serem do tipo emocionais - contaram de forma bastante simples como tudo aconteceu - eu estava no topo da minha TPM, então era só ouvir a palavra ADOÇÃO e já enchia os olhos de lágrima rs Ridículo.
Depois dessa parte, o Marinho passou os olhos pela Lei da Adoção e falou sobre algumas questões interessantes:
- Embora ainda insistem em culpar os adotantes pela demora nos processos, a justiça é sim a grande culpada, uma vez que a família substituta (ou seja, nós, pretendentes à adoção) somos a exceção na lei. Antes de disponibilizar a criança para a adoção, a justiça tentará reintegrá-la à família biológica e extensa até a exaustão. Em suma, se a criança tem uma prima distante que mora lá no Acre, ela tem preferência sobre você que deseja tanto ter uma família. Acho que não tem ninguém no mundo em sã consciência que concorda com essa lei né?
- A última ementa da lei definiu que esse processo de destituição do poder familiar não pode ultrapassar 2 anos. Quem aqui acredita que isso seja respeitado?
- Crianças abandonadas no hospital são encaminhadas para o fórum. Ou seja, as mães que não têm coragem de entregar seus filhos à adoção acabam atrasando ainda mais o processo, pois a destituição do poder familiar é dada rapidamente quando a gestante procura diretamente o fórum e entrega seu filho (mesmo que ainda na barriga).
- A adoção direta não é mais aceita, embora aconteça bastante. Um casal que adotou uma criança diretamente da mãe corre risco real de perder a guarda do bebê. O indicado sempre nessas horas é que o casal não tente legalizar a situação nos primeiros 5 anos, pois depois disso o juiz pode conceder a adoção ao constatar que já foi estabelecido um laço de afinidade e afetividade na família. Porém, alguns juízes consideram que essa é uma atitude de má-fé, uma vez que a lei já é de conhecimento de todos. Nesse caso, a criança é retirada do lar adotivo e aguardará o processo no abrigo.
- O Marinho não tem nenhum acesso facilitado ao fórum, mas tinha proximidade com a juíza anterior. Comentou que esteve com a nova juíza (aquela que cuida do nosso caso) e não sentiu nenhum coração pulsando ali: "não esperem sentimentalismo da justiça, essa juíza é uma aplicadora de leis apenas", avisou.
- O número de pessoas que se habilitam à adoção de crianças com até 3 anos chega a 60% em São José dos Pinhais. Do nosso perfil, até 4 anos, esse número baixa para menos de 20%. Isso sem contar as outras definições do perfil.
Bom, agora falta o encontro com a psicóloga no dia 24. Se alguém encontrar o tempo por aí, mande um recadinho: estamos com pressa, muita pressa!
quarta-feira, 7 de março de 2012
Enquanto isso...
Como o desejo de engravidar da Cah é mais forte que tapa de macaco, recomeçamos a pensar no assunto. Eu particularmente, que tenho um cérebro limitado, fico confusa com essa ideia de tentar ter filho de todas as formas possíveis ao mesmo tempo. Fico achando que todos chegarão juntos (uns 5 filhos da noite para o dia) e meio que me desespero. Mas a Srta. Racional aparece logo depois trazendo sua irmã Dna. Lógica e eu fico mais tranquila.
Acontece que ontem retornei à Androlab, a clínica de fertilidade mais badalada de Curitiba, para conversar com a médica que acompanhou o processo de IA no ano passado. A Cah vai se cadastrar como ovodoadora, pra quem não sabe o que é, aqui fala direitinho sobre. Ela teve que preencher um cadastro com perguntas sobre ela e seus antecedentes e juntar uma foto bem natural (tudo isso apenas para registro da clínica, pois as partes não podem se conhecer).
Assim, se um dia uma mulher com características semelhantes às da Camila necessitar de doação de óvulos, a Cah será chamada para iniciar o tratamento (que será pago pela receptora). Primeiro elas vão sincronizar os ciclos para fazer o processo. Com isso, temos condições de fazer a FIV, um procedimento que está além das nossas po$$es.
Haja coração, enfrentar dois processos de espera indeterminada não é pra qualquer um!
Acontece que ontem retornei à Androlab, a clínica de fertilidade mais badalada de Curitiba, para conversar com a médica que acompanhou o processo de IA no ano passado. A Cah vai se cadastrar como ovodoadora, pra quem não sabe o que é, aqui fala direitinho sobre. Ela teve que preencher um cadastro com perguntas sobre ela e seus antecedentes e juntar uma foto bem natural (tudo isso apenas para registro da clínica, pois as partes não podem se conhecer).
Assim, se um dia uma mulher com características semelhantes às da Camila necessitar de doação de óvulos, a Cah será chamada para iniciar o tratamento (que será pago pela receptora). Primeiro elas vão sincronizar os ciclos para fazer o processo. Com isso, temos condições de fazer a FIV, um procedimento que está além das nossas po$$es.
Haja coração, enfrentar dois processos de espera indeterminada não é pra qualquer um!
segunda-feira, 5 de março de 2012
Primeiro encontro - Projeto Romã
Sexta-feira, 18h45 eu e a Cah já estávamos com crachá no peito e certa ansiedade. O curso para pretendentes à adoção é promovido pelo Projeto Romã, uma ONG que atua em parceria com a Vara da Infância de São José dos Pinhais. Estávamos em uma sala de aula, as carteiras dispostas ao lado umas das outras. Me senti como se estivesse na escola.
Ao todo éramos 10 casais e dois solteiros. Desses 10, dois vieram com seus filhos, só eu e a Camila de casal homo.
Uma mulher começou explicando a coisa toda, contando um pouco sobre a história dela de adoção, blablabla. Eu já estava revirando os olhos de tédio, aquilo tudo parecia inútil demais, chato e pedante, isso sem falar no fortíssimo apelo religioso (até distribuíram alguns trechos da Bíblia... oi?). Fiquei super implicante, vi erros grosseiros, como por exemplo a definição de "adoção homem afetiva" (uhg!!). Enfim, teve um intervalo e eu só não saí correndo nessa hora porque a Camila me segurou firme rs
Na volta: bem agora vamos fazer uma dinâmica!! Gelei. Caramba, se tem algo que eu odeio na vida é dinâmica. Não tinha mais nenhum pingo de ânimo, não queria saber de interagir com ninguém, só queria ir embora. Pediram então pra gente formar grupos e contar uns para os outros por que queremos adotar. Eu pensei "aff que idiota", mas vamos lá né? Ficamos em um grupo com outros dois casais mais ou menos da nossa idade, todos pouco à vontade com essa situação. Eis que uma das mulheres começa a contar a história dela e rolou uma identificação instantânea: adorei o casal. O outro casal, muito sofrido, trazia uma realidade da qual tenho pavor: eles adotaram uma criança 1 ano e meio atrás direto com a mãe biológica e entraram com processo para legalizar a adoção. Depois de 8 meses com a bebezinha em casa, o juiz tirou a criança do casal e a levou para o abrigo. Agora eles estão fazendo todo o processo para tentar trazê-la de volta. Que tristeza!! Não podem visitá-la, não podem ver a menina. O juiz está relutante e insiste em tentar reintegrar a criança ao convívio da família biológica - que não a quer de jeito nenhum. Comoção geral pela história dos dois...
Ao final desse passo, cada casal apresentou aos demais a história do colega de grupo. Fiquei surpresa em descobrir quantas histórias diferentes podem existir por um mesmo objetivo. E mais surpresa ainda ao constatar que muitas pessoas estão abertas à adoção tardia, ou sem tantas restrições. Apenas um casal quer menina. Dois casais querem um bebê de até 1 ano, mas a maioria está aberta para crianças maiores, com até 4 anos (como nós), 7, 10 ou adolescentes. Grupos de irmãos também são aceitos pela maioria e apenas um casal falou sobre a etnia, pois eles fazem questão de adotar uma criança negra.
Clichês derrubados, recebemos um questionário para responder em casa sobre o perfil da criança e nossos planos sobre a adoção. O próximo encontro, no sábado, falara sobre as implicações psicológicas na adoção e o último, dia 24, aborda as questões legais.
O processo continua andando, já está com a equipe técnica - assistente social e psicólogo (a)!! =)
Ao todo éramos 10 casais e dois solteiros. Desses 10, dois vieram com seus filhos, só eu e a Camila de casal homo.
Uma mulher começou explicando a coisa toda, contando um pouco sobre a história dela de adoção, blablabla. Eu já estava revirando os olhos de tédio, aquilo tudo parecia inútil demais, chato e pedante, isso sem falar no fortíssimo apelo religioso (até distribuíram alguns trechos da Bíblia... oi?). Fiquei super implicante, vi erros grosseiros, como por exemplo a definição de "adoção homem afetiva" (uhg!!). Enfim, teve um intervalo e eu só não saí correndo nessa hora porque a Camila me segurou firme rs
Na volta: bem agora vamos fazer uma dinâmica!! Gelei. Caramba, se tem algo que eu odeio na vida é dinâmica. Não tinha mais nenhum pingo de ânimo, não queria saber de interagir com ninguém, só queria ir embora. Pediram então pra gente formar grupos e contar uns para os outros por que queremos adotar. Eu pensei "aff que idiota", mas vamos lá né? Ficamos em um grupo com outros dois casais mais ou menos da nossa idade, todos pouco à vontade com essa situação. Eis que uma das mulheres começa a contar a história dela e rolou uma identificação instantânea: adorei o casal. O outro casal, muito sofrido, trazia uma realidade da qual tenho pavor: eles adotaram uma criança 1 ano e meio atrás direto com a mãe biológica e entraram com processo para legalizar a adoção. Depois de 8 meses com a bebezinha em casa, o juiz tirou a criança do casal e a levou para o abrigo. Agora eles estão fazendo todo o processo para tentar trazê-la de volta. Que tristeza!! Não podem visitá-la, não podem ver a menina. O juiz está relutante e insiste em tentar reintegrar a criança ao convívio da família biológica - que não a quer de jeito nenhum. Comoção geral pela história dos dois...
Ao final desse passo, cada casal apresentou aos demais a história do colega de grupo. Fiquei surpresa em descobrir quantas histórias diferentes podem existir por um mesmo objetivo. E mais surpresa ainda ao constatar que muitas pessoas estão abertas à adoção tardia, ou sem tantas restrições. Apenas um casal quer menina. Dois casais querem um bebê de até 1 ano, mas a maioria está aberta para crianças maiores, com até 4 anos (como nós), 7, 10 ou adolescentes. Grupos de irmãos também são aceitos pela maioria e apenas um casal falou sobre a etnia, pois eles fazem questão de adotar uma criança negra.
Clichês derrubados, recebemos um questionário para responder em casa sobre o perfil da criança e nossos planos sobre a adoção. O próximo encontro, no sábado, falara sobre as implicações psicológicas na adoção e o último, dia 24, aborda as questões legais.
O processo continua andando, já está com a equipe técnica - assistente social e psicólogo (a)!! =)
sexta-feira, 2 de março de 2012
A entrevista
Contrariando as leis da natureza, ao 20º dia de tramitação do nosso processo recebi um e-mail da assistente social. Ela se apresentou, informou que estava cuidando do processo, explicou como funcionará a partir de agora e, para a minha surpresa, marcou a data da entrevista!!!
No momento eu estava trabalhando, ocupadérrima... mas aí adeus concentração rss A sensação que tive foi a mesma de quando marcamos a IA: um frio na barriga, nervosismo e ansiedade, mas também uma felicidade tão grande que deixa a garganta seca. Comemoramos essa data como se tivéssemos sido habilitadas (oi, exagero).
A entrevista foi marcada para o dia 28 de março, 4 dias após o último encontro do curso. A assistente social nos enviou os formulários para o Cadastro Nacional e outro para incluir no processo, aquele famoso onde colocamos informações sobre o perfil da criança. Nesse ponto fiquei surpresa: havia lido histórias de mães que preencheram listas extensas com mil detalhes sobre a criança. A minha lista tinha umas poucas perguntas: sexo, idade, cor da pele, condição de saúde (tinha que marcar se aceitávamos apenas crianças saudáveis, com doenças tratáveis, deficiência mental, deficiência física ou com HIV), se aceitávamos gêmeos ou grupos de irmãos.
Também já recebemos o questionário individual, o qual deve ser preenchido individualmente e entregue no dia da entrevista, achei as perguntas super razoáveis, depois volto aqui pra comentar sobre isso.
Em relação ao informe da juíza, do qual comentei no último post, já conseguimos resolver. Ambas tiramos nossos atestados com psiquiatra e hoje ao meio-dia levarei essa documentação ao fórum. Hoje também começa o nosso curso às 19h!
(Lene e Paty, super obrigada pelas dicas! Já deu pra ver que cada comarca é um universo diferente né?)
No momento eu estava trabalhando, ocupadérrima... mas aí adeus concentração rss A sensação que tive foi a mesma de quando marcamos a IA: um frio na barriga, nervosismo e ansiedade, mas também uma felicidade tão grande que deixa a garganta seca. Comemoramos essa data como se tivéssemos sido habilitadas (oi, exagero).
A entrevista foi marcada para o dia 28 de março, 4 dias após o último encontro do curso. A assistente social nos enviou os formulários para o Cadastro Nacional e outro para incluir no processo, aquele famoso onde colocamos informações sobre o perfil da criança. Nesse ponto fiquei surpresa: havia lido histórias de mães que preencheram listas extensas com mil detalhes sobre a criança. A minha lista tinha umas poucas perguntas: sexo, idade, cor da pele, condição de saúde (tinha que marcar se aceitávamos apenas crianças saudáveis, com doenças tratáveis, deficiência mental, deficiência física ou com HIV), se aceitávamos gêmeos ou grupos de irmãos.
Também já recebemos o questionário individual, o qual deve ser preenchido individualmente e entregue no dia da entrevista, achei as perguntas super razoáveis, depois volto aqui pra comentar sobre isso.
Em relação ao informe da juíza, do qual comentei no último post, já conseguimos resolver. Ambas tiramos nossos atestados com psiquiatra e hoje ao meio-dia levarei essa documentação ao fórum. Hoje também começa o nosso curso às 19h!
(Lene e Paty, super obrigada pelas dicas! Já deu pra ver que cada comarca é um universo diferente né?)
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