quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O primeiro dia do segundinho

Já entendemos que não existe meio de estar preparada para receber um filho - seja como for, a chegada sempre será marcada de muito nervosismo, ansiedade, distração, dor de barriga e conta bancária zerada.

Depois de passar o maior sufoco tentando comprar as passagens e suprir as primeiras necessidades básicas do nosso futuro pimpolho, fomos agraciadas com a boa vontade dos amigos. Ganhamos de tudo: berço, bebê conforto, carrinho de passeio, roupas, mamadeira, chupetas, sapatinhos, meias, babadores, etc. Foi incrível! Em poucos dias tínhamos um quarto montado e passagens na mão.

Mas se essa semana de preparativos teve a duração de um dia, a semana seguinte foi de um mês. Na terça-feira de manhã embarcamos no avião a BH com uma Laura feliz da vida:

- Mãe, vamos lá na casinha?
- Que casinha filha?
- A casinha do céu onde tá o meu irmãozinho!

Foi nesse clima que chegamos na terrinha dos nossos filhos. Lá, nos esperava nossa anfitriã master, mais amiga impossível que trocou horário do trabalho só para estar conosco (Loreeee te amamos!). Pegamos um ônibus até o centro e partimos para a VIJ encontrar a técnica. Conhecemos a figura e tivemos acesso a todo o processo dele, cada detalhezinho da sua curtíssima vida.

Ela sentiu nossa convicção absurda para a adoção e resolveu deixar toda a papelada pronta previamente, pois assim que fôssemos ao abrigo no dia seguinte já seríamos liberadas para casa. Isso me deu uma sensação louca de paz, a dor de barriga cedeu e eu passei a imaginar como seria o dia seguinte.

Eu e Camila tínhamos um combinado: com medo de ele não querer saber de mim (gata escaldada rs), combinamos que eu entraria no abrigo com Laura no colo e então Cah o pegaria pela primeira vez. Depois, sem tantos olhares, eu me aproximaria dele de fato.

No dia seguinte na hora combinada chegamos ao abrigo. Fomos super bem recebidas e nos impressionamos com a qualidade da instituição - infinitamente superior à do abrigo onde Laura viveu. Sentamos numa salinha e de repente veio a cuidadora com um bebê no colo. Meu coração saltou, prendi a respiração. Seria ele? Não lembrava mais da foto, de nada. Camila ria nervosa ao meu lado. A cuidadora vira o baby para nós e assim que ele nos vê abre o maior sorriso.

Eu desisti na hora do combinado, levantei e peguei aquela bolinha gordinha no colo, desatei a chorar enquanto a Cah me olhava com os olhos vermelhos, sem acreditar também. Laura ficou preocupada comigo, pensou que eu estivesse sofrendo. Trocamos os filhos de colo e eu procurei explicar à ela que mamãe era assim mesmo, uma baita chorona, e que quando a vi pela primeira vez foi igualzinho (tanto que é com lágrimas que relembro esse momento enquanto relato para vocês).

As técnicas saíram da sala e nos deixaram a sós - nós quatro - num espaço que não tinha mais lugar tamanha era nossa felicidade.

O resto do dia foi andando pela cidade com bolsas de viagem, sacola de bebê e crianças tentando encontrar um jeito de fazer o tempo voar para logo estar em casa. O vôo de volta foi no mesmo dia e não poderia ser mais tranquilo: bebê dormindo no colo a viagem inteira. Nesse momento, o ciume da Laura dá sinal, ela fica sem sossego nos chamando a cada segundo para ver a janela, o dedo que machucou, o botão da poltrona, a revista, o teto, a asa do avião, etc. Cansativo, mas super compreensível.

Chegamos em casa por volta das 21h daquele dia, menos de 24h depois de tê-lo nos braços pela primeira vez. Ele dormiu no berço sem problemas, acordando apenas para mamar uma vez. Fomos dormir nesse primeiro dia exaustas e incrédulas.

O quarto da Laura agora era o quarto das crianças!

8 comentários:

  1. Ai, que legal, meninas, fiquei tão feliz por vocês! E que correria hem?? Que pena que vocês ñ ficaram mais aqui em BH, queria muito conhecê-las pessoalmente e dar um abraço e um beijo nesses filhotes lindos! Voltem pra BH logo!

    Beijos!

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  2. :-) que emoção, não tem palavras, sabe. Qualquer coisa que eu dissesse aqui seria banal diante de um momento desses. A única coisa que eu sei é que algumas experiências nos transformam para sempre e tenho certeza que essa é uma delas! Parabéns para a família!

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  3. Que lindo! Um relato cheio de amor, emoção e felicidade!
    Q Deus abençoe a familia de vocês!!

    Bjus

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  4. Maíra, como eu sempre digo a elas, essas crianças são belorizontinas e MERECEM conhecer a cidade onde nasceram! Elas têm que voltar aqui com esses meninos, e, olha, eu falo totalmente sem segundas intenções, imagina... :P

    Eu amo vocês também. Apenas espero uma fatia generosa de bolo no aniversário de 1 ano do meu sobrinho e uma marmita de docinhos, como eu ganhei no da Laura. Apenas.

    Beijos enormes e muitas, muitas, MUITAS saudades desse gorducho lindo da titia!! E da lindinha da titia tb, que foi meu xodozinho na passagem aqui por minha casa (a casinha linda, que só é linda aos olhos dela). E de vcs duas tb!

    PS: Lu tá agoniada que não o conheceu, tadinha... Já me perguntou se vai rolar ir para Curitiba ano que vem de novo. Assim eu espero!

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    1. Verdade, Lorena, os 2 precisam conhecer BH! Vamos combinar uma viagem para levarmos a galera nos pontos turísticos da cidade! :) Dou todo apoio!

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  5. Parabéns mamães, sou nova por aqui, mas fiquei muito emocionada com a história de vocês e de seus pequenos. Desejo tudo de bom, vocês formam uma família linda!!!!

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  6. Que lindo, meninas!
    Me emocionei ao ler o relato. Aliás, a história dessa família me emociona. Adoro ler cada post, eles me dão esperança e alegria!
    Parabéns! Desejo toda felicidade do mundo aos quatro!

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  7. Que lindo, meninas!
    Me emocionei ao ler o relato. Aliás, a história dessa família me emociona. Adoro ler cada post, eles me dão esperança e alegria!
    Parabéns! Desejo toda felicidade do mundo aos quatro!

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