segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Altos e baixos

Passamos uma semana incrível na casa de praia dos meus pais. Laura e Nicolas foram SUPER bajulados, paparicados, mimados, chamegados e mais uma dúzia de ados.

Laura dormiu na cama dos meus pais quase a semana inteira, nem quis saber das mães. Brincou na piscina, na praia, se esgotou todos os dias. Nicolas ganhou tanto, mas TANTO colo que não sabia mais o que era viver sem isso na vida.

Foi uma delícia para todos nós, mas a volta pra casa não foi nenhum mar de rosas. Eu e Camila andamos estressadas, cansadas com a rotina puxada que nos pegou nesse fim de ano. Laura anda numa fase terrível, voltou a fazer birra para comer, contesta todas as regras da casa, responde de nariz em pé, se recusa a fazer as coisas mais simples. Nicolas, que estava bem adaptadinho à nossa rotina, na volta das férias apagou tudo. Passou dias berrando por não aceitar ficar no carrinho, na cadeira, no berço, no chão, no sofá... Ele, que acordava 1 vez por madrugada voltou a acordar de 2 em 2 horas aos gritos.

So-cor-ro.

Um exemplo do que anda rolando por aqui todos os dias:

Hoje colocamos as crianças no chão com várias almofadinhas e brinquedos para se divertirem juntos por um tempo. Lá pelas tantas, lasquei Laura tirando um brinquedo do Nicolas, ignorei. Mais tarde, tirou outro e outro e outro. No último brinquedo, Nicolas sem nada para se distrair começou a resmungar. Eu vejo Laura nem aí brincando com tudo sozinha alheia aos resmungos do irmão. Minha intenção era não intervir, mas achei que era hora de me meter.

Cheguei e questionei a interessante divisão de brinquedos que ela fez. Ela, pressentindo que a coisa não tava boa pro lado dela, tentou enrolar, se fazer de desentendida. Eu mandei largar tudo e sentar lá no cantinho pra pensar um pouco, sem dúvida na volta ela saberia o que responder. Depois de uns instantes, Laura boazinha diz entender que precisa dividir as coisinhas, oferecer um brinquedinho para o irmão e assim todos ficam bem.

Passa mais uns instantes e lá está ela agindo da mesma forma: arrancando tudo de perto do Nicolas para brincar cantando alto como se todos estivessem se divertindo. Mais uma vez mamãe metida tenta explicar como se brinca na vida. Não satisfeita, ela levanta e começa a jogar os brinquedos no Nicolas. Cah manda Laura sair de perto. Nicolas chora. Laura chora.

Mais um tempinho, converso de novo com ela, tento uma abordagem legal, mais lúdica, tento não falar do outro como um irmão mas como qualquer criança que ela goste e costume brincar. Ela parece entender e aceitar tudo numa boa, reconhece que não foi legal jogar as coisas no irmão, que poderia ter machucado.

Não passa nem 3 minutos sem que ela torne a fazer exatamente a mesma coisa. Minha paciência já no zero, tiro ela de lá e acabo com a brincadeira.

E assim está sendo day by day. Se ela está com ciume do irmão? Se isso é perfeitamente normal na idade dela? Se ela está tentando demarcar território? Sim para tudo, mas na maternidade aprendemos que o reconhecimento das fases serve para compreender e não para resolver. Laura perdeu a inocência quando o irmão chegou, isso era necessário então que venha, vamos resolver e a fase vai passar. Mas que isso tudo cansa, ahhhhhh como cansa.


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Quando o dia chega ao fim

Uma noite dessas, minha mãe liga para saber dos netos. Eu respondo com voz de alívio:
- Ufa... Já estão dormindo finalmente!
Levo imediatamente um puxão de orelha. "Que é isso filha? Nunca deseje não estar com seus filhos, que tristeza você sempre quis tanto e agora comemora quando estão dormindo....blablabla".

Demagogias à parte, a vovó ali não entendeu bem o que eu quis dizer. Sim, quando chega a noite e os dois estão na cama sinto um alívio. Enfim respiro devagar e consigo relaxar, tomar um café, ver alguma amenidade na TV.

Quando temos filhos, a vida toda muda, o grau de importância de tudo aumenta. Nós passamos o dia cuidando, alimentando, tomando decisões, levando pra escola, criando atividades, dando banho, chamego, colo, bronca, castigo... Longe de falar mal da maternidade, mas quem é mãe sabe que não é mole não!

A vida com dois filhos é bem diferente, sobretudo pelas necessidades de um bebê. Eu não fazia ideia do trabalho que dava ter uma criança que não anda. Uma simples ida ao supermercado vira uma odisseia. A bolsinha de "viagem" triplicou de tamanho e não dá pra sair de casa sem umas duas mamadeiras reserva, mais suco ou chá, fruta e papinha, fraldas, lencinho e panos, muitos panos.

Por quê? Porque bebê baba! E vomita! De quebra, você precisa levar mudas extras de roupa para você também. E depois decide, dependendo do tipo da saída, se vai de carrinho de passeio ou de descanso, ou se vai encarar um colo 100% do tempo (só mesmo bêbada para ter essa ideia). Tem que planejar como vai ser essa saída, pois ele dorme lá pelas tantas, e grita lá pelas outras tantas. Tem que sair sem brincos para não ter a orelha arrancada, cabelos presos para não ficar careca, roupa escura para não exibir rodelas de baba amarelada. E um sapato baixinho bemmmm confortável para qualquer distância.

E antes que alguém pense, assim como a minha mãe, que tudo isso é uma reclamação, digo que não, não é. Apenas aceitamos que a adaptação não é fácil, que não é automática, que exige muito, mas muito esforço de todas as partes, e que tudo isso compensa muito no fim do dia quando chega 20h e os dois estão dormindo profundo no aconchego e segurança de suas caminhas.

É um alívio saber que sobrevivemos a mais um dia. Que conseguimos ser um pouquinho melhores do que ontem. Que mais um dia se passou e nossos filhos são reais. Que diante de toda a sorte de acidentes, sequestros, assaltos e demais atrocidades que destroem famílias diariamente, a nossa foi poupada e meus amores estão a salvo.

Sim. Nós sentimos um alívio enorme quando eles estão dormindo :)