segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Quando o dia chega ao fim

Uma noite dessas, minha mãe liga para saber dos netos. Eu respondo com voz de alívio:
- Ufa... Já estão dormindo finalmente!
Levo imediatamente um puxão de orelha. "Que é isso filha? Nunca deseje não estar com seus filhos, que tristeza você sempre quis tanto e agora comemora quando estão dormindo....blablabla".

Demagogias à parte, a vovó ali não entendeu bem o que eu quis dizer. Sim, quando chega a noite e os dois estão na cama sinto um alívio. Enfim respiro devagar e consigo relaxar, tomar um café, ver alguma amenidade na TV.

Quando temos filhos, a vida toda muda, o grau de importância de tudo aumenta. Nós passamos o dia cuidando, alimentando, tomando decisões, levando pra escola, criando atividades, dando banho, chamego, colo, bronca, castigo... Longe de falar mal da maternidade, mas quem é mãe sabe que não é mole não!

A vida com dois filhos é bem diferente, sobretudo pelas necessidades de um bebê. Eu não fazia ideia do trabalho que dava ter uma criança que não anda. Uma simples ida ao supermercado vira uma odisseia. A bolsinha de "viagem" triplicou de tamanho e não dá pra sair de casa sem umas duas mamadeiras reserva, mais suco ou chá, fruta e papinha, fraldas, lencinho e panos, muitos panos.

Por quê? Porque bebê baba! E vomita! De quebra, você precisa levar mudas extras de roupa para você também. E depois decide, dependendo do tipo da saída, se vai de carrinho de passeio ou de descanso, ou se vai encarar um colo 100% do tempo (só mesmo bêbada para ter essa ideia). Tem que planejar como vai ser essa saída, pois ele dorme lá pelas tantas, e grita lá pelas outras tantas. Tem que sair sem brincos para não ter a orelha arrancada, cabelos presos para não ficar careca, roupa escura para não exibir rodelas de baba amarelada. E um sapato baixinho bemmmm confortável para qualquer distância.

E antes que alguém pense, assim como a minha mãe, que tudo isso é uma reclamação, digo que não, não é. Apenas aceitamos que a adaptação não é fácil, que não é automática, que exige muito, mas muito esforço de todas as partes, e que tudo isso compensa muito no fim do dia quando chega 20h e os dois estão dormindo profundo no aconchego e segurança de suas caminhas.

É um alívio saber que sobrevivemos a mais um dia. Que conseguimos ser um pouquinho melhores do que ontem. Que mais um dia se passou e nossos filhos são reais. Que diante de toda a sorte de acidentes, sequestros, assaltos e demais atrocidades que destroem famílias diariamente, a nossa foi poupada e meus amores estão a salvo.

Sim. Nós sentimos um alívio enorme quando eles estão dormindo :)

2 comentários:

  1. Amiga amada, eu entendo perfeitamente! Dá um alívio danado e a sensação de que a missão do dia foi cumprida com louvor (ou não... depende do dia, da bronca, da enrascada). Mania que todo mundo tem de que mãe tem que estar sempre sorridente e exaltando as belezas da maternidade. Maternar é ótimo, mas é difícil, por favor, nos deixem desabafar um pouquinho!
    Bjão nos anjinhos e na Cah.

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  2. Concordei com vc em ordem, numero e grau.
    Mas sapa... certas coisas nem desenhando as pessoas entendem.. rs

    bjs

    Mande noticias, se possivel ainda em 2013

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